domingo, 19 de janeiro de 2014

Vinha Branca, companhia querida

Vinha Branca há tempos está sem atualizações. Percebi que é porque foi de mim um pouco do que já não sou mais. Então deixo esse meu vinha/o na adega, curtindo um pouco, para quem sabe um dia servir minhas melhores palavras em projetos futuros.
Assim, vou também mudar a descrição do meu perfil. Mas gosto tanto dela, e ela foi tanto de mim, que a publico aqui.

Quem puder e quiser, acompanhe meu mais novo (novíssimo) blog - O ombro da borboleta (oombrodaborboleta.blogspot.com.br)


Vinha Branca:


Sou branca. E vinha descalça pela vida. Andava com um braço enrolado no sossego e outro na felicidade. Um dia, vinha branca e calma pelos caminhos do mundo, tropecei, cai. Doeu tudo, doeu tanto! Então descobri a minha alma! Continuo vindo, mas uso chinelos. De vez em quando gosto de tirá-los, e sentir de novo a dorzinha de mim.

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Despertamento



Inspirada estou por aqui
Por livros de capítulos que li
Lançada às verdades tão sabidas
E tanto esquecidas pelo agir.
Mas que segredo porém
Nos afasta dessa coragem
De estar sóbrio e beber verdade
E deixar de pensar
E – escrever – à vontade?
É um duelo entristecido
De permitir esvair um eu primitivo
De reconhecer em si um antigo inimigo
E escorar-se no abismo
E cometer seu próprio homicídio
Para sair mais vivo.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Saudade oculta

Nunca antes havia sentido a memória tão aflita em si.
Uma vida tão antes adormecida que palpita querendo sair.
Sair pra onde? Sair de quem? Sair num passado que já não se tem?
Ou trazer pro presente as imagens antigas, elas que certamente virão distorcidas?
É certo que essa saudade é uma vontade sozinha. Há de ser quieta. Há de ser minha.




quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O cantar triste da minha gaiola

Pode ser, pode ser.
Um olhar enganado 
Um sentir invertido
Um jeito estranho de me parecer
comigo.
Mas se não estou cá dentro 
Por onde andei?
Vai saber, vai saber...
Na alma dos outros,
Nas plantas, no paraíso escondido.
Livre. Livre de mim.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O medo de alguém

Quando ao coração aborda o medo,
o que resta?
De que presta ouvir?
Ouvir a mim? Um outro eu descabido?
Um cansaço infinito adormecido.
Mas que medo é esse, porém?
É perdido, de certo, é de alguém.
Mas que pressa,
de sentir a vida toda, antes mesmo
da vida que se resta.
E doer as paciências que hão de vir,
e tudo isto pra quê?
Pra ser feliz. Pra ser feliz?
Quem há de falar às minhas entranhas,
suspensas em eterno pensar, do estar,
do querer, do sentir e sofrer,
que é assim? Amar e fim.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Braços

Os braços, quietos.
Contendo em si ansiedades loucas,
De permitir às mãos 
Estraçalhar o peito
E retirar de lá maldades!

Maldades mesquinhas,
Vinganças ranzinzas,
Egoísmos carecas!

Mas...
Braços de almas roucas,
Como podem ferir o coração de outrem?
À quem amam mais que ninguém?

Deixam-se então a calar,
Escolhem, mais felizes talvez,
Fazer o inverso,
Dar um abraço e perdoar em verso.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Guerreiro

De tudo que já criei
Gosto mais de meu guerreiro!
Este personagem oculto,
Escondido por entre mim.

De batalhas as duras penas
Esse guerreiro ganha a cena,
E do fundo lamacento
Vai então me resgatar!

Ele apela às boas memórias,
Ganha tempo contando sonhos,
E desperta meu acreditar,
Sempre foi assim!

As vezes penso que se foi,
Mas o audacioso me engana
Bombeia forças, me tira da cama
E exige um sim!

Este meu guerreiro teimoso,
Parece nem sentir a dor...
Se estou prestes a chorar,
Ele está em seu melhor dispor!

Um guerreiro como poucos,
Que defende um bom ideal:
Vencer a mim, e o meu mal.