terça-feira, 25 de novembro de 2008

Longe dos sonhos.

Meu coração está em prantos,

em meus olhos os ventos são de inverno,

Lágrimas brincam de sangue

rubras bochechas minhas mentem,

Estou partindo, estou partida...

Nos meus braços embalo minha dor.

Caminho discreto, sem despedia.

Meus colares pesam a solidão...

Não sei a quem arranquei as viceras

Para em sina não viver o amor.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

partida

adeus pequenas gotas.
adeus flautas.
adeus, meu Deus, adeus a mim.
gotas, de orvalho, de lárgimas, de chuva.
flautas, de músicas, de danças, de sons.
eu, de momentos, de alegrias, de solidão.
adeus.
não sei voltar.
estou indo por esse caminho,
desculpem-me as falhas,
perdoem-me meus pecados,
minha dor não quer partir.
por isso, adeus.
à Deus peço paz.
perdoe minha falta de fé.
sou essa sombra que se foi.
orvalho e danças,
meu vazio.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Veste o que sou

Pelos meus atalhos fiz uma colcha de retalhos, tanto quis encurtar as conquistas que nada tão longo teci. Mas o tempo as vezes deixa-se ser amigo, e por mais tarde que venha a mim as clarezas, há tempo de costurar de novo.
Voltei a cada fuchico, o desfiz, refiz outra vez, prestando mais atenção ao que me remetia essas lembranças, lembranças que hoje percebo, vazias. E fui assim retornando ao passado que vestiu meu presente, desatando nós, trocando os panos, limpando as manchas que permiti surgirem.
Minha manta foi quase como um espelho, e olhando assim para mim, com mais cuidado e zelo, não senti o frio que vinha de fora, não senti o medo que vinha dos outros, não achei que devia fazer nada. Consegui sentir o que estava dentro de mim.
Quem não erra um ponto? Quem não fura o dedo?
O meu segredo é seguir com a certeza de que no meu coração sempre haverá tecidos coloridos, e saber que não há regras que me impessam de descontruir tudo para recomeçar.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Quadros

Político, seu poder me desapodera,
Entre suas decisões nascem das entranhas
Os meus medos.
O que você fez por mim hoje?

Guri, sua pobreza me escassa,
Entre seus dedos nascem do horror
Os meus medos.
O que alguém fez por você hoje?

Reflexo, sua indiferença me amesquinha,
Entre seus marasmos nascem do silêncio
Os meus medos.
O que se fez consigo mesmo hoje?

Medo, sua permanência me apavora,
Entre seus subjulgados nascem dos gritos
Os meus receios.
O que impedirá você hoje?