quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Cansaço.

Por que me permito ser o tracejado que não se completa?
O rascunho, as colchias, a parte de trás da flecha?
Por que me deixo ser, do quebra-cabeça, a peça extra?
O fantasma da foto, o caule da flor, a sobra da reta?
Por que me engano que ganho quando me calo?
Acho que já não é, só porque não falo?
Por que, e eu insisto, por que?
O que me faz me amar menos que a você?

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Nunca te fiz nada, delirei.

Sempre sorri pro seus olhares,
sempre brindei suas conquistas.
Ri dos tropeços e visiteis seus becos, ou não.
Nada é certo aqui, nesse sonho, nessas férias de realidade.
Você pode partir, eu posso ir embora.
Mas nos bares, nas esquinas, no meio da multidão...sentirei saudade.
você enche meus dias, nomeia minhas cervejas.
divide meu pensamento.
Enfim.
Que caiam os flócos de neve, que venha o sol do verão, que as missas sejam breves e as insignificâncias eternas.
Que venha o nascer-do-sol, as borboletas em flores, as águas de março...
Não me importam as horas, deixei as razões...quero você aqui, perto, pra escutar comigo essa canção.
Sempre, do curto prazo que me estendo, senti.
Fique, ou voe pro horizonte, eu nos vivi.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

adeus para libertar

Meus dedos ansiavam as letras, mas não sabiam escolhê-las.
Tanta coisa tem me passado pela cabeça...regredi.
Como se eu lesse jornais passados, peguei-me a visitar minhas antigas notícias.
Antigas escolhas, antigos amigos, antigos amores... Estive num museu de mim. Pensamentos me ocorriam e corriam.
Vi as fotografias de quem fui, e relembrei quem esteve comigo. Momentos do passado, que foram meu caminho pro presente.
Não sabia o que fazer com essas lembrancas, carregá-las era estar presa, deixá-las era se perder. O que fomos ou vivemos é o que nos permite ser e viver o que queremos. Como esquecer tudo então, para estar leve, para estar livre, se leve demais voa para o nunca mais?
Foi então que um som tocou meu coração. Coloquei minha vida nas sinfonias de Beethoven, Mozart, Bach. Nos violinos foi-se minha infância, no som das flautas deixei partir meus rancores, nas teclas do piano chorei as felicidades e os arrependimentos.
Nas pausas resgatei meus silêncios e gritei.
Quando a música ganhava velocidade abracei, em sonho, todos os quais senti saudade.
'Um beijo na testa meu bem, o que foi não volta jamais.'
Guardo minhas memórias nessas canções, sei que ali serão eternas mas permitirão-me dançar.
Por isso, adeus.

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Tac que não te tic.

Sinto falta já do tempo que não vou ter,
pra abraçar meus amigos,
pra visitar meus parentes,
pra trocar idéias com meus pensamentos.
O mundo corre rápido demais pro meu cronômetro...
E eu deliro minutos em horas,
vão como grãos os segundos pelas minhas mãos...
queria fotografar a felicidade que sinto, para nunca esquecê-la.
O que vem me assuta, mas se não vem, o que é que tem?
O vazio do esperar, o risco do seguir em frente.
Aprendi a não ter pressa de chegar, e que chegar é o presente,
mas a quem se apoiar? Não ao tempo que corre pra sempre...