terça-feira, 31 de março de 2009

Sussurros

Disseram-me que voltei mais silenciosa. E começo a concordar.
Mas é no meu silêncio que percebo realmente o que sinto. Antes passavam as coisas e além de marcas não sobravam sentimentos, nem memórias.
Hoje oculto em mim um grito de conquista, conquistei meu próprio amor.
E então quando calo, não penso mais estar perdendo e sim me protegendo. Ou então deixando só para mim o sabor do saber.
Estou diferentemente forte, estou certa de que possuo um porto como nenhum outro, o reconheço agora, deixo-me voltar ao cais. Sei que tudo ficará bem.



Também é no meu silêncio que meu coração quase toca o seu...
mas ainda falta...

domingo, 22 de março de 2009

Reticências

Meu sono domina, mas não quero deixar de falar...
hoje vi as verdades que fazem minha sina.
Acho que nunca precisei de tanta calma, teimosia pacífica.
Só temos uma vida, não dá para experimentar...
Vou ousar o silêncio.
Estou vivendo a ação do meu pensar.

domingo, 15 de março de 2009

Bifurcação

Oscilo entre razão e sentimento.
A pressa das minhas vontades, a ânsia digna pela paz, nunca me contento.
Parece que quando sei o caminho o esqueço por todo segundo,
me confundo, me enlouqueço.
É injusto o que não tem portas, mas também o é quem as tem demais.
E fazer o que se ao atravessar a batente eu quiser voltar atrás?
As vezes tenho vontade de me lançar à um vício, não sei qual.
Antes pudesse eu fumar um cigarro para queimar com as suas brasas esses tantos, tolos pensamentos. E então viver mais leve...
Leve com a fumaça que iria pela garganta fria encher meu corpo solitário.
Pensar, pensar, pensar.
Faz de mim escravo das idéias e dores, dores e idéias que ainda não são em verdade idéias e dores mas apenas aspirações do destino, utopias estúpidas.
Minha razão indolente atada pelo meu coração afável, minhas estradas a seguir com minha falta de guia, me dá uma bela ceia de insônia e de ablepsia.
Desejo apenas a imensidão do céu, para reger minha alma mergulhada, entranhada nesse mar de poeta que de tantas lágrimas nunca seca.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Conselho arrependido.

Meu silêncio falando por mim.
Mas quando devia calar, falhei.
Disse a um coração em chamas contidas que o amor não mora a espreita, as escondidas.
Que a razão só demora e serve fria, a fatia mais linda e doce da vida.
Falei por cantar alto demais as rimas que se faziam em mim,
Mas não pensei causar em seus olhos tanta culpa e pena de si.
Espera amiga, não é a hora.
Sua história realizar-se-a enfim...
O amor que eu disse outrora talvez seja paixão, chama curta em capim.
Tenha pra si o seu mundo,
Viva a sua vida sim,
Pois sem ti, amor nenhum fica junto
e a eternidade vira um ponto e fim.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Entregue

Hoje enfraqueci. Cai do alto das torres todas que me protegem. Perdi meus grilhoes, meus alicerces e chorei.
Não houve nada, só abri mão da forca, da convicção.
Tive medo, quis colo, quis ouvir ''estou aqui''...
Abri meus portões de ferro, arranquei meus escudos orgulhosos, fiquei indefesa.
Quero mais é ir na calma, só que meu coração também precisa de amparo... Precisa de alento para acreditar...
Não é sempre que assumo perder as espadas, nem costumo deixar-me perdê-las... Mas as vezes é bom ser a princesa e não o heroi...desesperar-se por nada ao lutar no suor da vitória...ser a espera ao invés de conquistar...
Minha lágrimas teceram meu vestido de brisa, este me concedeu meu perdão. Não há força que dure para sempre.

sábado, 7 de março de 2009

Uma pausa pra sentir.

Hoje fechei os olhos para o sol. Fechei porque ardiam meus globos oculares, porque seu calor fazia-me suar as pálpebras, porque queimava-me sem a doação da sombra.
Eu fechei os olhos para o sol. Eu, justo eu que tanto o consagro, o venero, o vigio.
E rejeitando os raios pelos quais rezo, renegando as explosões dos átomos em plena dança e arte, pensei ser ingrata. Senti tristeza por não amar ao sol incondicionalmente, senti falta de desejá-lo.
E sofrendo um pouco assim, sem jeito, na luz escura que surgiu entre o sol e meus pensamentos deixei-me caminhar na sua ausência. O frescor aliviou-me o cansaço, devolveu-me o vigor. Foi lindo deixá-lo...
As vezes isso acontece. Um dia comum em que o mundo me faz refletir. Somos todos tão pequenos, somos todos que não cabemos no universo. A alma expande, o coração grita estrelas. O meu tem gritado luas...
Mas a noite passa, o destino escreve, o vento leva os abraços e sabemos que tudo ficará bem.
Vai ficar tudo bem meu bem...