quinta-feira, 30 de julho de 2009

Anne, de s amada...

Ela acelerou os passos, passou rapidamente pelo corredor do escritório. Seus lábios estavam apertados, ela prendia a respiração. Bateu a porta do banheiro e, finalmente ausente de presenças, pode soltar o ar. O ar e as lágrimas.
Como doia. Uma dor física.
Alisou com os dedos o contorno de suas sombrancelhas, tentando desesperadamente encontrar a solução para aquilo que a machucava. Sabia que tinha que esperar. Esperar o tempo, esperar que a dor fosse embora.
Secou suas bochechas avermelhadas, apoiou-se na pia e levantou a cabeça a fim de encarar seus olhos, seu sofrimento. Era a hora de aceitar.
Ela acreditava no amor, ela sofria o amor, ela errava o amor...
Respirou fundo, a dor estava lá. Iria um dia embora?
Anne juntou suas mãos, deixou cair suas pálpebras por alguns segundos, sussurrou pedidos secretos, e, veloz e decidida, abriu a porta e saiu daquele pequeno calabouço.
Parecia estar um pouco mais frio, ou ela se sentia um pouco mais leve.
Fez uma pausa antes de voltar às tarefas. E depois desses minutos profundos o trabalho ocupou sua atenção.
A noite Anne abriu uma garafa de vinho malbec, tomou duas taças lendo um livro. Ficou descalça, desligou o celular. Lavou a pouca louça ouvindo Debussy. A noite foi quieta.
Ela dormiu bem.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Notícia.

Quatro xícaras de café na mesa, um cinzeiro com dois tocos de cigarro, as cadeiras afastadas, cada uma para um lado.
Ela lia no sofá. A sala estava limpa, mas haviam caixas de pizza, de lanche, de batatas fritas e de yakissoba amontoadas em cima da mesa de centro. A lua deixava sua luz em rastro pela janela, o vento assoviava quando o silêncio permeava a casa.
O telefone tocou e ela ainda o deixou tocar trez vezes para não perder o final da frase. Quando finalmente atendeu perdeu o livro todo.