sexta-feira, 18 de junho de 2010

Quentor

Sinto um 'quentor' no peito!
É um efeito de jazz,
Um estado após Callas,
consequência de amores!

É a tristeza de Neruda,
A alegria de Soleil,
a sua lembrança em mim.

É um quente expandindo,
é um amor exprimindo!

A sua espera

Ganhei suas palavras, perdi seu anseio,
regozijei-me com promessas, contemplei um ardor recioso.
Seus olhos tão meus, tão de outras.
Sua pele, sua boca, sua ausência de mim dilaceram-me.


Como não perturbar-me o sono,
como não despertar-me o ódio,
como não ater a mão ao peito?
A sua respiração distante:
o meu ofegar de dores.


Prega-me peças, coração tolo!
Deixa-me vulnerar!
Vai! Carrega em si esses sonhos,
guarda esse amor sofrido...
E sangra comigo esse eterno esperar.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Saúdo o que sobrou.

Uma saudade,
um adeus que ainda não deixei partir.

A sua ausência visita os meus dias.
Sua imagem insacia meus anseios.
As memórias abastecem as esperanças.

Não quero perder os seus traços.
Não quero desfazer nossos pactos.
Eu não vou me despedir.

A saudade é a minha espera,
é o seu pedaço esquecido
que eu guardo dentro de mim.

Um espaço no tempo.

O tempo é manjado, mas é pertinente! Também, até mesmo quem vive sem tempo está incluido nele! O tempo é tudo. O tempo faz falta, o tempo faz tédio. Ensina, cura, muda.
Estive fazendo alguns paralelos com o tempo. O tempo e as pessoas. O tempo e o trabalho. O tempo e os estdudos. O tempo e os amigos. O tempo e o amor. O tempo e eu, no meu tempo.
As pessoas tem tempos diferentes, elas são agregadas às nossas vidas em conexões de momentos. As vezes elas permanecem, as vezes são fugazes. E essas relações dependem do tempo que desprendemos para elas, e elas para nós. Os amigos são as pessoas as quais dedicamos mais tempo para estar perto, para ouvir, para dividir. Os amigos são compartilhadores de muitos tempos.
Enquanto o relógio vai passando, as amizades vão sendo construídas, nós estudamos e trabalhamos. Periodos do dia, da noite. De segunda à sexta, de terça à domingo, só de quarta, só de final de semana, todos os dias!
Ao longo das 24 horas, 1 mês, 1 ano, 2, 3, queremos nos ver melhor do que éramos no tempo passado. Queremos aquisições! De títulos, salários, bens, diplomas, conhecimentos, páginas e mais páginas em nossos currículos. Não se pode perder tempo! Afinal, qual é o limite do mundo? Até onde se pode chegar? O tempo futuro é promissor.
E o tempo do amor? O amor precisa de paciência. Primeiro porque somos todos virgens de amor, é preciso aprender a amar. O tempo ensina. Aprender demora.
Lembro das minhas paixões, das dores que me causaram, das memórias que deixaram, dos soluços e sorrisos. As dores, antes enraizadas, pertinentes, foram amenizadas, esquecidas. As lições que trouxeram ainda fazem parte de mim.
Eu me vejo num tempo esquisito. É uma mistura dos sonhos que eu determinei que realizaria até certo tempo, e das realidades do meu tempo que não foi calculada nos sonhos.
É hora, é hora! A pressa esstá por aí!
Preciso de calma, de freios líricos, de paciência romântica!
Quero respirar mais tempo, contemplar meus dias, confabular com amigos, cuidar e cultivar o amor.
Tempo, estou de férias!