quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Despertamento



Inspirada estou por aqui
Por livros de capítulos que li
Lançada às verdades tão sabidas
E tanto esquecidas pelo agir.
Mas que segredo porém
Nos afasta dessa coragem
De estar sóbrio e beber verdade
E deixar de pensar
E – escrever – à vontade?
É um duelo entristecido
De permitir esvair um eu primitivo
De reconhecer em si um antigo inimigo
E escorar-se no abismo
E cometer seu próprio homicídio
Para sair mais vivo.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Saudade oculta

Nunca antes havia sentido a memória tão aflita em si.
Uma vida tão antes adormecida que palpita querendo sair.
Sair pra onde? Sair de quem? Sair num passado que já não se tem?
Ou trazer pro presente as imagens antigas, elas que certamente virão distorcidas?
É certo que essa saudade é uma vontade sozinha. Há de ser quieta. Há de ser minha.




quinta-feira, 29 de agosto de 2013

O cantar triste da minha gaiola

Pode ser, pode ser.
Um olhar enganado 
Um sentir invertido
Um jeito estranho de me parecer
comigo.
Mas se não estou cá dentro 
Por onde andei?
Vai saber, vai saber...
Na alma dos outros,
Nas plantas, no paraíso escondido.
Livre. Livre de mim.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

O medo de alguém

Quando ao coração aborda o medo,
o que resta?
De que presta ouvir?
Ouvir a mim? Um outro eu descabido?
Um cansaço infinito adormecido.
Mas que medo é esse, porém?
É perdido, de certo, é de alguém.
Mas que pressa,
de sentir a vida toda, antes mesmo
da vida que se resta.
E doer as paciências que hão de vir,
e tudo isto pra quê?
Pra ser feliz. Pra ser feliz?
Quem há de falar às minhas entranhas,
suspensas em eterno pensar, do estar,
do querer, do sentir e sofrer,
que é assim? Amar e fim.