Vozes de não sei quem.
Um eu talvez bem distante,
que com intenções errantes,
quis ver se eu ia bem.
Esse habitante inquieto,
falante e desacorçoado,
sentou-se do meu ouvido ao lado
e foi me contando estórias,
estórias tristes de ninguém.
Meu coração calado,
tão penoso, tão divagante,
sentiu-se acorçoado
e entregou-se ao habitante tenebroso
que ia e ria com desdém.
Esse eu maldito,
de vozes infernais!
Não pode me ver feliz,
que infelicidades me traz
é hora de despejá-lo,
de deixá-lo partir para o além.
E que assim seja, amém!