O cansaço me inspira. Não sei por quê. Talvez seja em seu leito, encostando minha cabeça em seu ombro é que sinto quanto vazio há em volta. Quanta árvore oca, quantos pássaros covers, quanto vento de ventilador.
Quando a gente cansa é preciso parar pra ver.
Queria parar, tecer meu stress, fazer dele uma longa manta pro inverno. Pegar minhas indignações e pendurá-las no varal, deixá-las secar no sol, tirar o pó que as camufla. Abriria a gaiola dos meus gritos mudos, e faria alongamento pra respeitar meu corpo. Respiraria só o que eu não pudesse ver. Iria nadar, boiar.
Mas estou tão cansada. Parar exige um movimento bruto demais, desprendido demais, impactante demais...prefiro a inércia estúpida disso tudo que me cansa, e me faz parar pra ver quanto vazio há em volta, e em mim.
sábado, 21 de junho de 2008
Assinar:
Postar comentários (Atom)
4 comentários:
Laura, Laura, Laurinha...
O mais lindo depoimento sobre o ato do cansaço que eu já li querida :)
Você é os seus textos, sabe? Esse dai pareceu mesmo cansado de tanto trabalho exaustivo, apesar de ser sedutor...
na espera, os minutos se tornam séculos e séculos.
mesmo sabendo que somos humanos e pretensiosos o suficiente para imaginar como seria viver por tanto tempo. será que nossas palavras se perderão no tempo? sei que no fundo isso não importa. o cansaço acaba intensificando a nossa vontade de viver, de amar, enfim. gosto demais de vc. obrigado por compartilhar seus pensamentos.
Profundos desabafos senhoritas. :)
Especiais como você.
Vejamos o que mais aguarda na próxima virada.
Fabiano (aquele da Philo) :)
Toda vez que me sinto cansada,leio esse seu texto... Por incrível que pareça, me sinto melhor! É como se, seu desabafo, fosse também meu... Te amo!!
Postar um comentário