Do que se alimenta a alma entristecida?
Um consolo sem nome? Uma esperança desconhecida?
Sentir o ardor leve nos olhos prontos,
prontos para o pranto, mas guardados em sua dor
E converter-se em cético
E desfilar-se em vazio
Encontrar o silêncio, e tentar convencê-lo a falar.
Só não há nada a se dizer.
As horas voltarão a cobrar,
os lábios voltarão a sorrir,
o vento continuará a soprar, ele nunca parou.
E a vida terá a graça criada pelas nossas esperanças.
Eu sei, que esse íntimo ardido, que esse eu desentendido
vai passar...
como passa a memória, ao caminhar
Mas esse espaço hoje me enlaça
faz-me companhia sutil...
minha respiração é funda,
e meu coração sombrio.
Estou a apagar as luzes,
deixar o breu em mim
e sofrer aquilo que me dói,
como se a dor não tivesse fim.
Ouço meu corpo a falhar,
olhos murchando a cada respirar,
a boca seca a secar...
Que será dessa alma cansada
como todas, na mesma estrada?
Um suspiro, um amém,
uma fé que não se tem.
É um passar de capítulos,
da ignorância escolhida
de ser feliz,
apesar da vida.