segunda-feira, 19 de julho de 2010

Divagante

Escuto o silêncio e sinto uma paz sonolenta...
Não estou triste, estou pensante.
Pensar as vezes atrapalha tudo... Mas essa coisa de só sentir é perigosa!
O sentimento as vezes é muito irresponsável, e não se importa com o outro. Ele quer mesmo é se realizar, extravasar-se, dissolver-se em si e para si.
O pensamento, por sua vez, é deveras cauteloso. Freia as ações à qualquer sinal de dúvida, analisa-se e se reanalisa a cada interpretação de si possível.
Se alguém inventasse a receita do equilibrio entre pensar e sentir, eu gostaria de lê-la. Mas teria que ser detalhada: 1 pensamento de 15 minutos para cada 1 sentimento de 15 minutos, por exemplo. E com especificações: pensamento sobre a existência = 1 hora, sentimento de desesperança = 15 horas. E assim por diante, com dicas e exceções.
Enfim, não tenho receita alguma, mas por outros meios vou achando a oscilação correta.
Continuando, em meio a ausência de sons e da presença do meu sono, penso nas pessoas todas que conheci até hoje.
É engraçado ver as relações a as não-relações criadas entre mim e elas.
Quem passou e ficou, quem passou e passou, quem sempre esteve.
As pessoas tem uma força incrível sobre nós. Sobre nossa trajetória, sobre a nossa indentidade.
Há tantas pessoas no mundo, mas abrimos nossas vidas, nossos corações, nossos abraços, nossos ouvidos para alguns (algumas) ''escolhidos(as)''...ou talvez para quem estava passando por ali...
Mas por que essas pessoas? Por que não outras?
Qual é a seletividade da nossa memória em relação às pessoas? Dor? Amor? Ódio?
Será o sentimento que nos causam que as marcam? Será as palavras que nos dizem e nos fazem pensar em nossas vidas, em nosso ser?
Não sei, ''só sei que foi assim''...assim, de alguma forma, hoje olho pro meu passado e vejo as minhas pessoas. Eu as materializei como minhas, porque as vejo e as relembro como quero, são minhas, íntimas dos meus olhos criativos.
Quanto de nós está nas nossas pessoas? Quanto delas está em nós?
Difícil dizer, contudo sou grata as personagens do meu caminho.
Para não agitar mais ainda a minha paz, vou dormir, e rezar para muitas pessoas.