sexta-feira, 8 de julho de 2011

Congelados

O frio abraça os meus dedos,
Levanta delicadamente os meus cabelos
E brinca com a minha nuca,
Ele vai passeando pelas frestas
Dos casacos, dos sapatos
Se infiltra em minhas meias
Morde as pontas dos meus pés
Escala dançante as minhas pernas
Senta em meu nariz,
Mesmo assim sinto-me feliz.
O frio de fora a gente espanta
O frio interno é que amedronta!

quinta-feira, 30 de junho de 2011

O que ouves?

As vezes perdemos a voz. E mesmo que entre as trilhas do sangue pulse em nós o desejo de dizer, nada sopra som. Nada ecoa.
Perder a voz faz parte.
Reencontrá-la, é arte.
Com voz, os silêncios são menos vazios.
A casa é companhia.
A ideia vira poesia.
Dizer, gritar, sussurar.
não opiniões, discurssos, assaltos.
Dizer, gritar, sussurar identidades.
Verdades de nós, ou mentiras, que ninguém mais possuí.
A voz. O que ouves?

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Falling

As if a devil had put his hands on me
I felt like giving up
I'm not strong enough, I never was

Dying with an empty heart
my blood drying, leaving wastes
I had nothing else to feel

That desperate song,
my weakness awake
It's less I needed to depart

But, as if an angel had put his hands on me
your love saved myself
and there was still hope

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Carelessly

back off
my space
so drained,
so streched.
I hate when you act like that
feelings in dance.
lost emotions, sad them
I don´t know this language,
my heart is just flipping around.
I´m loose
I´m crying
I don´t care.

sábado, 11 de junho de 2011

A volta

Feliz de quem volta a sua própria morada,
do natural mais humano,
do coração mais curado.

Perder a civilização por um pouco de paz,
e na paz achar a si flutuante,
de passado livre que ali não jaz.

Antes simples fosse arrancar os pontos,
fazer translúcidos os medos arraigados,
deixar desatar cicatrizes.

Mas a dor é memória.
E não se volta nunca como se foi.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Habitante de mim

Hoje me falaram vozes.
Vozes de não sei quem.
Um eu talvez bem distante,
que com intenções errantes,
quis ver se eu ia bem.

Esse habitante inquieto,
falante e desacorçoado,
sentou-se do meu ouvido ao lado
e foi me contando estórias,
estórias tristes de ninguém.

Meu coração calado,
tão penoso, tão divagante,
sentiu-se acorçoado
e entregou-se ao habitante tenebroso
que ia e ria com desdém.

Esse eu maldito,
de vozes infernais!
Não pode me ver feliz,
que infelicidades me traz
é hora de despejá-lo,
de deixá-lo partir para o além.

E que assim seja, amém!

domingo, 7 de novembro de 2010

Sorriso

Lua, não sorria para mim quando a noite é dos cães que não ladram... Durma amarela, fuja da minha contemplação, e no céu deixe a mim espaço, para eu me perder em uivos...