domingo, 11 de dezembro de 2011

Pôr-do-sol

Deteve-se a meia luz dos raios que se despediam. Parou o andar quieto e seus olhos se esqueceram de piscar.
Estática, seus pensamentos circularam com seu sangue, e ao peito surgiu o borbulhar quente dos sentimentos.
Os dedos tímidos se entreabriram, pêndulos alinhados as coxas.
Ela respirou. Olhava o nada que dava para o sol, o pouco do sol do dia que partia.
Imóvel, seu silêncio aflitivo revelava sua dor. O olhar pesado e cego condescendiam com sua angústia.
Precisava esquecer. Precisava entender. Precisava encontrar-se. Era tarde, sempre é.
Não entendia o rumo das coisas, não combinava os mistérios das causas. Queria poder refazer-se e regressar para vir de novo. Mas talvez fosse ser mesmo assim.
Ao longe chamou-a alguém. Que é que tinha?
Os cílios acordaram frenéticos, o vento soprou de leve como que para apagar sensações. Entrecruzou os braços, fechou os punhos. Olhou para fora, para o chão, e caminhou novamente. Para algum lugar que a estava levando.

3 comentários:

Vivi Salsa disse...

Como pode escrever tão maravilhosamente bem ... amigas, seus textos me iluminam a alma. SEMPRE!

Luiz Bianchi e Bernadete Condello de Oliveira disse...

Laura, acho que você será a nossa Pablo Neruda do Século XXI.

Luiz Bianchi e Bernadete Condello de Oliveira disse...

Laura, acho que você será a nossa Pablo Neruda do Século XXI.