quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Contos que contou-me um anjo triste

A morada do amor me parece ser distante daqui. Imagino uma casinha coberta de neve, com os raios de sol mais finos a brilhar em sua janela.
Sabe, as vezes eu canso dos meus sorrisos. Sinto que eles não causam nos outros o que desejo... tenho vontade de mandá-los morar com o amor, porque comigo ficam perdidos, e por mais sinceros, eles vão e não voltam como eram... Mas se eles seguirem viagem, quem há, em mim, de lutar pela esperança? Quem se não meus sorrisos me devolveriam um pouquinho de fé? Haveria algo ou alguém que pudesse puxar do abismo fundo da solidão e do medo as flores, poucas, que restam dentro de mim?
O amor se foi, eu sei, não por motivos pessoais, ele se cansou de ser tão sozinho...o amor não pode existir sozinho...por isso se foi, e lá tão distante e frio, se congela para não morrer...
Pobre amor, fadado também por mim. Não posso fadar meus sorrisos...não! Por mais que as traças do mundo as vezes me convençam...
Meu coração anseia tanto por respostas... respostas que já sei para o sempre não ter.
Mas tenho uma maldita ambição de poder carregar o mundo nas mãos, que chego a ser estúpida e desafiar o tempo e o espaço.
Meus sorrisos não curarão todos os doentes...não darão paz aos peitos fechados...
Que aperto trago onde bate o pingente do meu camafeu...que suspiro silêncioso...que responsabilidade pela competência...
Que sufoco errante pela moral, que quero, não quero, para mim.
Por que você se foi amor? Minha sociedade muda conclama-o... Você é nossa salvação...é a minha salvação...
Quando o tenho perto meu coração sente cócegas, meus olhos enchem-se de lágrimas e meus sorrisos não são em vão...
As cores aparecem pintando as ruas por onde passo e toca música lá no céu...
Saudade do seu preenchimento... da razão de viver que você me ensina...

2 comentários:

Anônimo disse...

é lindo, mas um pouco triste. sua escrita me parecia mais leve, mais doce. Não que tenha deixado de sê-lo, mas antes meus batimentos se alteravam menos ao ler seus textos.
Falando de amor, esse do qual você fala e que só faz sofrer, é assim mesmo, raríssimo, sublime e delicado como a felicidade do Jobim - "a felicidade é como a gota de orvalho numa pétala de flor brilha tranquila depois de leve oscila e cai como uma lágrima de amor". Pra mim ele é quase utópico.
Por isso deve ser perseguido, mas não pode ser exigido, nem reclamado. A sua espera deve ser persistente, devemos estar preparadas para a sua chegada, mas com a paciência de quem sabe que pode não ser desta vez ou nesta vida. Neste caso, sobra pra gente aqueles amores menores, rapidinhos ou duradouros - menos do que a gente espera, mas muito melhores do que só esperar. Viva a vida, esta sim mais importante do que esse tal amor.

Anônimo disse...

Laura, Laura...

:)